O Município
O Município de Correntina surgiu a partir do processo de ocupação da Região Oeste da Bahia que se desenvolveu, segundo Miranda (2000), com as migrações de povos nômades nos deslocamentos de uma região para a outra, principalmente nos vales potâmicos em busca de pesca, frutos e caças e alojaram-se nos locais onde havia abundância desses recursos naturais. Tal fato perdurou por vários milênios.
Essa situação gerou, portanto outro tipo de povoamento, dando origem a pequenos povoados e arraiais cujo desenvolvimento econômico, em relação a outras regiões do país se dava de forma relativamente lenta, conservando, durante séculos o mesmo modo de produção. Segundo a história, os primeiros habitantes foram os povos silvícolas (indígenas), tendo habitado segundo registro de vestígios, na Fazenda Tatu e em outras partes do Município.
Outro fator que contribuiu para o aumento da população na região de Correntina foi a famosa “Seca Grande” que ocorreu entre (1791 e 1793), atingindo a região nordeste, principalmente os estados do Ceará e do Piauí. Esse fator climático serviu como força de repulsão de nordestinos à procura de melhores condições de vida em outras regiões. Nesse caso a Bahia, sobretudo Correntina, foi receptora desses imigrantes. Correntina surgiu a partir de um movimento bastante conhecido pelo Brasil no período colonial: A corrida pelo ouro.
Segundo Baiano (2006), a exploração do ouro, ainda que em decadência em outras áreas do país, motivou a busca por outros mananciais auríferos, ocasionando o desbravamento de terras à margem de rios, cujo potencial mineral era muito grande. As expedições denominadas “Entradas” e “Bandeiras”, lideradas por Bartolomeu Bueno da Silva, Belchior Dias Moreira e Matias Cardoso de Almeida, chegaram às terras baianas entre 1700 a 1790. Eles foram trazidos para Correntina porque era comum encontrar grandes quantidade de minerais como ouro, diamante e esmeraldas
A partir das expedições do Padre Anacleto Pereira dos Santos começa a surgir o povoado para servir de apoio aos garimpeiros. Este foi o primeiro núcleo de formação do povoado, (BAIANO, 1996, p.23).
Não foi só o ouro que atraiu migrantes, mas também o potencial hídrico contribuiu para o povoamento desse pedaço de chão. Banhado por vários rios e dezenas de córregos que cortam o município, tornava fácil o desenvolvimento da produção. Alguns que vieram apenas para explorar o Rio Rico tinham que produzir para alimentar os caçadores de ouro e assim foram se fixando, construindo famílias e apossando das terras. Assim começaram a surgir as pequenas propriedades e a produção desenvolveu-se cada vez mais.
Também com as passagens das Bandeiras para Goiás e Mato Grosso, comandadas as Expedições pelo Baiano Francisco José Teixeira, 1792 e 93, em reconhecimento da Bacia do São Francisco, chegou vindo de Carinhanha, onde começou a exploração das nossas jazidas auríferas.
Uma curiosidade que se conta também é sobre o sumiço de um grupo de éguas na região. Por causa do sumiço de vários animais, de propriedade do fazendeiro Joaquim Amorim Castro da Gama, a esposa dele Dona Caetana C. Brandão de Carinhanha fez uma promessa a Nossa Senhora da Glória de construir uma igreja nas terras onde os animais fossem encontrados. As éguas estavam às margens do Rio Rico, onde bebiam água e pastava o capim verde. Foi assim, que surgiu a primeira Igreja de Nossa Senhora da Glória e ao mesmo tempo o rio passou a se chamar Rio das Éguas.
A cada dia, a comunidade de Nossa Senhora do Rio das Éguas concentrou exploradores em busca de ouro nos rios Arrojado e Formoso. Para facilitar a viagem, esses exploradores faziam pouso às margens do Rio das Éguas.
A notícia em abundância levou o ouvidor de Goiás a autorizar a invasão da área explorada, e assim os baianos e goianos foram às armas, ganhando a Bahia o litígio com a intervenção do Conselho Ultramarino. Os marcos geográficos ainda são problemas até hoje na divisa da Bahia e Goiás.
Em 08 de junho de 1880, a Resolução nº 1960 revogou a Lei nº 973, incorporando a Vila de Nossa Senhora da Glória Rio dos das Éguas ao Termo de Santa Maria da Vitória.
Em 14 de maio de 1886, a Resolução 2.558, recriou o Município de Nossa Senhora da Glória do Rio das Éguas, desvinculando de Santa Maria da Vitória. Ocorre que em 04 de maio de 1888, por meio da Resolução de nº 2579, o município passou a pertencer novamente à Santa Maria. Finalmente com o Ato Estadual de nº 319, de 05 de maio de 1891, o governador da Bahia, José Gonçalves da Silva, restabeleceu o município e a sede ganhou o foro de Vila. Com isso o Rio das Éguas passa também a ser chamado Rio Correntina.
Imagens antigas
O título de vila manteve-se por vários anos até a sua emancipação ocorrida em 02 de março de 1938, por meio do Decreto-Lei nº 311, assinado pelo presidente Getúlio Vargas, autorizou os estados a fazer as divisões territoriais. Sendo assim, em 30 de março de 1938, com a publicação do Decreto Estadual nº 10.724, assinado pelo interventor Federal Landulpho Alves, a Vila de Correntina recebeu o titulo de Cidade, sob o comando do Major Félix Joaquim de Araújo. No entanto, a comemoração só foi realizada em 1º de janeiro de 1939.
Entendentes Municipais
- Capitão Severiano Antonio de Magalhães – até 1905,
- Coronel Arthur Antonio de Magalhães – 1906 a 1912
- Capitão Juvenal Antonio de Magalhães – 1913 – 1925
- Major Manuel Duarte Cerqueira Pinto – 1926 – 1927
- Major Félix Joaquim de Araújo – 1927 – 1930
- Capitão T eodomiro – provavelmente em 1930
- Tenente-Cel Sinfhônio Marques de Araújo Biza – 1931 – 1932
- Capitão Miguel Soares Coimbra – 1932 – 1936
- Major Félix Joaquim de Araújo – 1936 – 1938 (quando Vila)